"A Fé é um salto do escuro para os braços de Deus. Quem não salta, não vê a Deus, não é abraçado, fica apenas no escuro." (Desconhecido)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

OS PAPAS - De S. Pedro a Bento XVI

Cronologia e História

1º. - São Pedro - Mártir -(Simão, filho de Jonas); Galiléia;
Eleito por Jesus na terceira década do calendário cristão, permaneceu cerca de 37 anos no pontificado (o mais longo da história). Morreu no ano de 67. Muitos historiadores firmam seu pontificado de 42 a 67, mas na realidade este período retrata apenas o tempo em que permaneceu estabelecido em Roma.
2º. - São Lino - Mártir - Itália; 67 - c.79.
3º. - Santo Anacleto (São Cleto) - Mártir - Itália; c.79 - c.92.
4º. - São Clemente I - Mártir -(Clemente de Roma); c.92 - c.101.
5º. - Santo Evaristo - Mártir - Grécia; c.101 - c.107.
6º. - Santo Alexandre - Mártir - Itália; c.107 - c.116
7º. - São Xisto I - Provavelmente Mártir - Itália; c.116 - c.125.
8º. - São Telésforo - Mártir - Grécia; c.125 - c.138.
9º. - Santo Higino - Mártir - Grécia; c.138 - c.142.
10º. - São Pio I - Mártir - Itália; 142 - 155.
11º. - Santo Aniceto - Considerado Mártir - Síria; 155 - 166.
12º. - São Sotero - Mártir - Itália; c.166 - c.174.
13º. - Santo Eleutério - Mártir - Grécia; c.174 - c.189.
14º. - São Vitor I - Mártir - África; c.189 - c.199.
15º. - São Zeferino - Mártir -Itália; c.199 - c.217.
16º. - São Calixto I - Mártir - Itália; c.217 - c.222.
17º. - Santo Urbano I - Mártir - Itália; c.222 -c.230.
18º. - São Ponciano - Mártir - Itália; c.230 - c.235.
19º. - Santo Antero - Mártir - Grécia; c.235 - 236.
20º. -São Fabiano - Mártir - Itália; 236 - 250.
21º. -São Cornélio- Mártir - Itália; 251 - 253.
22º. -São Lúcio - Mártir - Itália; 253 - 254.
23º. - Santo Estevão - Mártir - Itália; 254 - 257.
24º. - São Xisto II - Mártir - Grécia; 257 - 258.
25º. - São Dionísio; 259 - 268. (26/12)
26º. - São Félix - Mártir - Itália; 269 - 274. (30/05)
27º. - Santo Eutiquiano; Itália; 275 - 283.
28º. - São Caio; Iugoslávia; 283 - 296.
29º. - São Marcelino; Itália; 296 - 304 - Ordenou São Silvestre, que viria a assumir o pontificado em 314.
30º. - São Marcelo; Itália; 308 - 309. - São Marcelo só foi eleito quatro anos após a morte de São Marcelino, devido às terríveis perseguições que os cristãos sofreram pelas mãos do imperador Dioclesiano. Acabou sendo exilado pelo imperador Maxêncio, e sofreu diversas humilhações e castigos. Morreu exilado, numa igreja que foi fechada e transformada num estábulo, onde trabalhava como escravo.
31º. - Santo Eusébio; Itália (de origem grega); (26/09) c.309 - c.310.
32º. - São Melquíades ou São Melcíades; África; 311 - 314. - <>Conversão do Imperador Constantino ao catolicismo. Tempos de paz para a Igreja pelo fim das perseguições aos cristãos.
33º. - São Silvestre; Itália; 314 - 335.
<> O imperador Constantino decreta o fim da crucificação, da perseguição aos cristãos e pessoalmente, contribui para a construção de Igrejas.
<> O Papa manda erigir a imagem de Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos, em gratidão à Maria Santíssima pelo fim da perseguição contra a Igreja.
<> Condenação das heresias donatista e ariana pelos concílios de Arles e Nicéia.
<> É construída a Basílica Vaticana sobre o túmulo de São Pedro, com auxílio do imperador Constantino. (Esta deu lugar a atual Basílica de São Pedro).
34º. - São Marcos; Itália; 336 (10 meses) - 07/10
35º. - São Julio; Itália; 337 - 352.
36º. - Libério; Itália; 352 - 366.
37º. - São Dâmaso I; Espanha; 366 - 384.
<> Condenação das heresias de Macedônio e Apolináris pelo Concílio de Constantinopla
38º. - São Sirício; Itália; 384 - 399.
39º. - Santo Anastácio I; Itália; 399 - 401.
40º. - Santo Inocêncio I; Albânia; 401-417.
41º. - São Zózimo; Grécia; 417-418.
42º. - São Bonifácio I; Itália; 418 - 422
43º. - São Celestino I; Itália; 422 - 432 - <> Convocou o Concílio de Éfeso, que instituiu a segunda parte da Ave-Maria, ou seja "Santa Maria Mãe de Deus".
44º. - São Xisto III; Itália; 432 - 440 - (28/03)
45º. - São Leão I (O Grande); Itália; 440 - 461
46º. - Santo Hilário; Itália; 461 - 468
47º. - São Simplício; Itália; 468 - 483.
48º. - São Félix II; Itália; 483 - 492.
49º. - São Gelásio I; África; 492 - 496.
50º. - Anastácio II; Itália; 496 - 498.
51º. - São Símaco; Itália; 498 - 514.
52º. - São Hormisdas; Itália; 514 -523.
53º. - São João I - Mártir - Itália; 523 - 526.
54º. - São Félix III; Itália; 526 - 530.
55º. - Bonifácio II; Itália (de origem gótica); 530 - 532
56º. - João II; Itália; 533 - 535.
57º. - Santo Agapito ou Santo Agapeto; Itália; 535 - 536.
58º. - São Silvério - Mártir - Itália; 536 - 537.
59º. - Vigílio; Itália; 537 - 555.
60º. - Pelágio; Itália; 556 - 561.
61º. - João III; Itália; 561 - 574.
62º. - Bento I (ou Benedito I); Itália; 575 - 579.
63º. - Pelágio II; Itália; 579 - 590.
64º. - São Gregório I (O Grande); Itália; 590 - 604.
(contemporâneo de S. Agostinho - Apóstolo da Inglaterra) - L. P. 28/05
65º. - Sabiniano; Itália; 604 - 606.
66º. - Bonifácio III; Itália; 607 (9 meses)
67º. - São Bonifácio IV; Itália; 608 - 615.
68º. - São Deusdedit I ou Santo Adeodato I; Itália; 615 - 618.
69º. - Bonifácio V; Itália; 619 - c.625.
70º. - Honório I; Itália; 625 - 638.
71º. - Severino; Itália; 640 (4 meses).
72º. - João IV; Iugoslávia; 640 - 642.
73º. - Teodoro I (grego nascido em Jerusalém); 642 - 649.
74º. - São Martinho I; Itália; 649 - 655.
75º. - Santo Eugênio I; Itália; 654 - 657
(Substituiu o Papa São Martinho I, quando este estava no exílio, na Criméia).
76º. - São Vitaliano; Itália; 657 - 672.
77º. - Adeodato II ou Deusdedit II; Itália; 672 - 676.
78º. - Dono I; Itália; 676 - 678.
79º. - Santo Agato; Itália; 678 - 681.
80º. - São Leão II; Itália; 682 - 683.
81º. - São Bento II (ou São Benedito II); Itália; 684 - 685
82º. - João V; Síria; 685 - 686.
83º. - Cônon; provavelmente de origem italiana; 686 - 687
84º. - São Sérgio I; Síria; 687 - 701.
85º. - João VI; Grécia; 701 - 705.
86º. - João VII; Grécia; 705 - 707.
87º. - Sisínio; Síria; 708 (2 meses).
88º. - Constantino; Síria; 708 - 715
89º. - São Gregório II; Itália; 715 - 731.
90º. - São Gregório III; Síria; 731 - 741.
91º. - São Zacarias; Grécia; 741 - 752. (falecimento: março de 752)
92º. - Estevão; Itália; 752 (Não consagrado)
<> Foi eleito no mês de março de 752, mas veio a falecer três dias depois. Seu nome consta honorificamente na relação dos Papas. Lembrando que no pontificado de 254 a 257 houve um Papa com o mesmo nome, Estevão só não aparece como o Papa Estevão II porque não houve tempo de ser oficialmente consagrado ao cargo pontifício. Por isso, seu sucessor, também adotando o nome, figura como Estevão II, quando na realidade é ele o terceiro Papa com o nome de Estevão.
93º. - Santo Estevão II; Itália; 752 - 757.
94º. - São Paulo I; Itália; 757 - 767.
95º. - Santo Estevão III; Itália; 768 - 772.
96º. - Adriano I; Itália; 772 - 795.
97º. - São Leão III; Itália; 795 - 817.
98º. - São Pascoal I; Itália; 817 - 824.
99º. - Eugênio II, Itália; 824 - 827.
100º.- Valêncio; Itália; 827 (2 meses).
101º.- Gregório IV; Itália; 827 - 844.
102º.- Sérgio II; Itália; 844 - 847.
103º.- São Leão IV; Itália; 847 - 855.
104º.- Bento III (ou Benedito III); Itália; 855 - 858.
105º.- São Nicolau I (O Grande); Itália; 858 - 867.
106º.- Adriano II; Itália; 867 - 872
107º.- João VIII; Itália; 872 - 882.
108º.- Marino I ou Martinho II; Itália; 882 - 884.
109º.- Santo Adriano III; Itália; 884 - 885.
110º.- Estevão V; Itália; 885 - 896.
111º.- Bonifácio VI; Itália; 896 (1 mês).
112º.- Estevão VI; Itália; 896 - 897.
113º.- Romano; Itália; 897 (4 meses).
114º.- Teodoro II; Itália; 897 (1 mês).
115º.- João IX; Itália; 898 - 900.
116º.- Bento IV (ou Benedito IV); Itália; 900 - 903.
117º.- Leão V; Itália; 903 (3 meses).
118º.- Sérgio III; Itália; 904 - 911.
119º.- Anastácio III; Itália; 911 - 913.
120º.- Lando; Itália; 913 - 914.
121º.- João X (Giovani de Tossignano); Itália; 914 - 928.
122º.- Leão VI; Itália;928 (8 meses).
123º.- Estevão VII; Itália; 928 - 931.
124º.- João XI; Itália;931 - 935.
125º.- Leão VII; Itália;936 - 939.
126º.- Estevão VIII; Itália; 939 - 942.
127º.- Marino II ou Martinho III ; Itália; 942 - 946.
128º.- Agapito II; Itália; 946 - 955.
129º.- João XII (Ottaviano); Itália; 955 - 963.
130º.- Leão VIII; Itália; 963 - 965 e Bento V (ou Benedito V); ano de 964.
<> Nesta ocasião muitos católicos não aceitaram a nomeação do Papa Leão VIII ao trono pontifício (feita pelo imperador Ótão I), e elegeram Bento V. Assim, No ano de 964 a Igreja esteve sob o governo de dois Papas.
131º.- João XIII; Itália; 965 - 972.
132º.- Bento VI (ou Benedito VI); Itália; 973 - 974.
133º.- Bento VII (ou Benedito VII); Itália; 974 - 983.
134º.- João XIV (Pietro Canepanova); Itália; 983 - 984.
135º.- João XV; 985 - 996.
136º.- Gregório V (Bruno da Caríntia); Alemanha; 996 - 999.
137º.- Silvestre II (Gelbert); França; 999 - 1003.
138º.- João XVII (Giovanni Sicco); Itália; 1003 (7 meses).
139º.- João XVIII (Fasano); Itália; 1003 - 1009.
140º.- Sérgio IV (Pietro Buccaporci); Itália; 1009 - 1012.
141º.- Bento VIII (ou Benedito VIII); Itália; 1012 - 1024.
<> Henrique, Imperador da Alemanha, recebeu a coroa imperial das mãos do Papa Bento VIII. Com a morte de Henrique, a imperatriz Conegundes apresentou-se com toda a pompa no convento de Kaufungen, que fundara, onde numa missa solene se desfez dos ornatos que trazia, e recebeu do Bispo um hábito feito pelas próprias mãos. Quinze anos viveu santamente como religiosa naquele convento. No ano de 1200 foi elevada aos altares. Sua canonização foi proclamada pelo Papa Inocêncio III.
142º.- João XIX; Itália; 1024 - 1032.
143º.- Bento IX, ou Benedito IX (Teofilato); Itália; 1032 - 1044 (c.)
144º.- Silvestre III (João); Itália; 1045 (2 meses)
145º.- Bento IX (ou BeneditoIX); 1045 (2 meses), pela segunda vez; deposto Itália; 973 - 974.
146º.- Gregório VI (Giovani Graziano); Itália; 1045 - 1046.
147º.- Clemente II (Suidger, lorde de Morsleben e Hornburg); Alemanha; 1046 - 1047
148º.- Bento IX (ou Benedito IX); 1047 - 1048, pela terceira vez, assume o Pontificado.
149º.- Dâmaso II (Poppo); Alemanha; 1048 (2 meses)
150º.- São Leão IX (Bruno de Egishein); Alemanha; 1049 - 1054.
<> Eleito por decisão de membros do clero e governantes. Havendo três pretendentes à tiara pontifícia, foi convocado o congresso de Worms, ao qual compareceu grande número de Bispos, Prelados, Príncipes e embaixadores, com o fim de dar um novo Papa à Cristandade, afastando assim o perigo de um cisma. Ao final do seu pontificado (1054), o patriarca Miguel Cerulário não aceitou as determinações do Papa sobre o rito latino, separando-se da Igreja Católica, o que foi seguido pela maior parte da Igreja Oriental. São Leão foi perseguido e preso pelos normandos e naquele mesmo ano, adoeceu gravemente e faleceu em Roma.
151º.- Vitor II (Gebhard); Alemanha; 1055 - 1057.
152º.- Estevão IX (Fréderic); França; 1057 - 1058.
153º.- Bento X , ou Benedito X (João Mincius, bispo de Velletri); França; 1058 - 1059.
154º.- Nicolau II (Gérard de Bourbogne); França; 1059 - 1061.
155º.- Alexandre II (Anselmo do Baggio); Itália; 1061 - 1073.
156º.- São Gregório VII (Ildebrando di Soana); Itália; 1073 - 1085.
<> Triunfou na luta contra a questão das investiduras e simonia, além de iniciar dura campanha para instituição do celibato clerical, fato que culminou na excomunhão de bispos e padres casados. No pontificado do Papa Inocêncio II (1130) o celibato foi definitivamente instituído.
157º.- Vitor III (Daufério, Desidério); Itália; 1086 - 1087.
157º.- Urbano II , França(Odon de Lagny);
159º.- Pascoal II (Raniero di Bieda); Itália; 1099 - 1118.
160º.- Gelásio II (Gian di Gaeta); Itália; 1118 - 1119.
161º.- Calixto II (Guy de Borgonha); França; 1119 - 1124.
162º.- Honório II (Lambert Flagano); França; 1124 - 1130.
163º.- Inocênio II ; Itália; 1130 - 1143 (Instituído o celibato no clero).
164º.- Celestino II (Guido de Castelo); Itália; 1143 - 1144.
165º.- Lúcio II (Geraldo Caccianemici); Itália; 1144 - 1145.
166º.- Eugênio III (Bernardo de Montemagno); Itália; 1145 - 1153.
167º.- Anastácio IV (Conrado de Subura); Itália; 1153 - 1154.
168º.- Adriano IV (Nicholas Breakspear); Inglaterra; 1154 - 1159.
169º.- Alexandre III (Rolando Bandinelli); Itália; 1159 - 1181.
170º.- Lucio III (Ubaldo Allucingoli); Itália; 1181 - 1185.
171º.- Urbano III (Uberto Crivelli); Itália; 1185 - 1187.
172º.- Gregório VIII (Alberto de Morra); Itália; 1187 (2 meses).
173º.- Clemente III (Paolo Scolari); Itália; 1187 - 1191.
174º.- Celestino III (Giacinto Bobo); Itália; 1191 - 1198.
175º.- Inocêncio III (Lotario de Segni); Itália; 1198 - 1216.
176º.- Honório III (Cencio Savelli); Itália; 1216 - 1227.
177º.- Gregório IX (Ugo, conde de Segni) ; Itália; 1227 - 1241.
178º.- Celestino IV (Goggredo Castiglioni); Itália; 1241 (2 meses).
179º.- Inocêncio IV (Sinibaldo Fieschi); Itália; 1243 - 1254.
180º.- Alexandre IV (Rolando de Segni); Itália; 1254 - 1261.
181º.- Urbano IV (Jacques de Pantaléon); França; 1261 - 1264.
<> Cruzada na Alemanha e na Boêmia - Contemporâneo de S. Alberto Magno - 15/11
182º.- Clemente IV (Guy Foulques); França; 1265 - 1268.
183º.- Gregório X (Tebaldo Visconti); Itália; 1271 - 1276.
184º.- Inocêncio V (Pierre de Tarentaise); Itália; 1276 (5 meses).
185º.- Adriano V (Ottobono Fieschi); Itália; 1276 (2 meses).
186º.- João XXI (Pedro Hispano); Portugal; 1276 - 1277.
187º.- Nicolau III (Gaetano Orsini); Itália; 1277 - 1280.
188º.- Martinho VI (Simon de Brion); França; 1281 - 1285.
189º.- Honório IV (Jacobus Savelli); Itália; 1285 - 1287.
190º.- Nicolau IV (Girolamo Masci); Itália; 1288 - 1292. (O conclave durou até 1294)
191º.- São Celestino V (Pietro di Morrono); Itália; 1294 (5 meses)
192º.- Bonifácio VIII (Benedeto Gaetano); Itália; 1294 - 1303.
193º.- Bento XI, ou Benedito XI (Niccolò Boccasini); Itália; 1303 - 1304.
194º.- Clemente V (Bertrand de Got) ; França ; 1305 - 1314.
195º.- João XXII (Jacques Duèse); França; 1316 - 1334.
196º.- Bento XII, ou Benedito XII (Jacques Fournier) França; 1334 - 1342.
197º.- Clemente VI (Pierre- Roger de Beaufort) França; 1342 - 1352.
198º.- Inocêncio VI (Etienne Aubert) França; 1352 - 1362.
199º.- Urbano V (Guilherme de Grimoard) França; 1362 - 1370.
200º.- Gregório XI (Pierre-Roger de Beaufort II) França; 1370 - 1378.
<> Os Papas , desde Clemente V, foram obrigados a estabelecer residência em Avinhão, na França, isto porque príncipes bandoleiros, não raras vezes franceses, atacaram a Igreja, apoderando-se de seus bens. Hostilidades de todo o tipo, guerras, crimes, violências, escândalos e heresias surgiram em conseqüência da vitória do Papa Gregório IX (1227 a 1241) que, corajosamente lutou contra os abusos do Estado contra a Igreja. Foi Henrique IV quem promoveu de forma acentuadíssima a venda de bispados e abadias a pessoas indignas. Ao ver perdido seu poder, os Papas sucessores amargaram a terrível vingança dos sequazes do imperador que, com o orgulho ferido, não aceitavam a perda do poder sobre a Igreja. Sob a influência pacificadora de Santa Catarina de Siena, o Papa Gregório XI restabeleceu a Santa Sé em Roma, fato que gerou séria divergência entre Cardeais Italianos e franceses. Logo após sua morte, o Papa Urbano VI foi legitimamente eleito, mas os franceses elegeram outro papa cognominado "Clemente VII", residente em Avinhão (Ver nota em Urbano VI). O mau exemplo e insubordinação de príncipes e prelados, instigou o povo à entrega de novas heresias que já despontavam e que iriam culminar posteriormente no levante do protestantismo através de seus propugnadores: Lutero, na Alemanha; Zwinglio, na Suíça; Calvino, na França e Holanda; e Henrique VIII, na Inglaterra.
201º.- Urbano VI (Bartolomeo Prignano) Itália; 1378 - 1389.
<> Início do grande Cisma do Ocidente
<> Cardeais franceses, não se conformando com as medidas rigorosas e severas do Papa Urbano VI, procederam a eleição de um anti-papa, que adotando o nome de "Clemente VII", fixou residência novamente em Avinhão, na França. Ao contrário da versão de muitos historiadores, não houve, nesse período, dualidade de papas, já que Urbano VI foi eleito legitimanente, além do que a Igreja só reconhece no Papa de nome Clemente VII, Giulio de Medici, que governou a Igreja de 1523 a 1534. Este foi um período marcado por sérias tribulações. Membros do clero e do povo católico dividiram-se entre opiniões diversas e o fogo da rebeldia alastrou-se nutrido por diversas inconveniências. Aqui deu-se o que ficou conhecido como o "Cisma do Ocidente".
<> Foi o Papa Urbano VI quem prescreveu a festa da apresentação de Nossa Senhora
202º.- Bonifácio IX (Pietro Tomaselli) Itália; 1389 - 1404.
<> Durante este pontificado o cardeal Pedro de Luna assumiu como sucessor do anti-papa Clemente VII, que faleceu em 1394. Pedro de Luna, cognominado Bento XIII (ou Benedito XIII), governou como anti-papa até o pontificado do Papa Gregório XII. Tinha estreito relacionamento com São Vicente Ferrer, que grande luta travou para o fim do grande cisma. Apesar de reconhecer em Bento XIII (ou Benedito XIII) sua autoridade eclesiástica na qualidade de cardeal, instou para que renunciasse a autoridade pontifícia, mas não obteve êxito e, por este motivo, São Vicente preferiu retirar-se do palácio recusando as dignidades hierárquicas que repetidamente lhe foram oferecidas. O anti-papa Bento XIII viria a ser destituído no ano de 1417, pontificado de Gregório XII, por ocasião das determinações firmadas no Concílio de Constança.
203º.- Inocêncio VII (Cosimo Migliorati) Itália; 1404 - 1406.
204º.- Gregório XII (Angelo Correr) Itália; 1406 - 1415.
<> Fim do grande Cisma do Ocidente
O Papa Gregório XII convoca, em 1414, o Concílio de Constança. Para pôr ordem na hierarquia da Igreja, baixa o decreto Sacrossanta, submetendo-se à declarada supremacia do concílio sobre o Papa. A seguir Gregório XII renuncia ao legítimo pontificado, sendo condenada a doutrina herética de Jan Huss, destituído Bento XIII, pondo fim definitivamente ao grande cisma. A mesmo tempo o anti-papa autoproclamado João XXIII, que havia assumido tal condição na Alemanha, foi detido e em seguida também destituído (Não confundir com Angelo Giuseppe Roncalli, legítimo João XXIII). O próprio concílio de Constança que nasceu "conciliarista" (detinha poderes equivalentes ao do Papa) decreta, através dos Padres sinodais, o conciliarismo como heresia. Tais fatos desenrolaram-se até novembro de 1417, quando a eleição devolveu ao cristianismo um único e legítimo pontífice: Odomo Colonna, que adotou o nome de Martinho V. Segundo consta, cerca de 80 mil católicos estavam presentes e comemoraram a eleição do novo Papa.
205º.- Martinho V (Odomo Colonna) Itália; 1417 - 1431
206º.- Eugênio IV (Gabriel Condulmaro) Itália; 1431 - 1447.
207º.- Nicolau V (Tomaso Parentucelli) Itália; 1447 - 1455.
208º.- Calixto III (Alfonso Borgia) Itália; 1455 - 1458.
209º.- Pio II (Enea Silvio Piccolomini) Itália; 1458 - 1464.
<> Canonizou São Vicente Ferrer
210º.- Paulo II (Pietro Barbo) Itália; 1464 - 1471.
211º.- Xisto IV (Francesco Della Rovere) Itália; 1471 - 1484.
212º.- Inocêncio VIII (Giovanni Battista Cibo) Itália; 1484 - 1492.
213º.- Alexandre VI (Rodrigo Borgia) Espanha; 1492 - 1503.
214º.- Pio III (Francesco Todeschini Piccolomini) Itália; 1503 (2 meses).
215º.- Julio II (Giuliano della Rovere) Itália; 1503 - 1513.
216º.- Leão X (Giovanni de Medici) Itália; 1513 - 1521.
<> Neste Pontificado Lutero rebela-se. Início do protestantismo.
217º.- Adriano VI (Adriano Florenza Dedal) Holanda; 1522 - 1523.
218º.- Clemente VII (Giulio de Medici) Itália; 1523 - 1534.
219º.- Paulo III (Alessandro Farnese) Itália; 1534 - 1549.
<>Convocado o Concílio de Trento.
220º.- Julio III (Giovanni Maria Ciocchi del Monte) Itália; 1550 - 1555.
<> Término do Concilio de Trento. A "contra reforma" já deflagrada por Leão X toma impulso a partir daqui.
221º.- Marcelo II (Marcello Cervini ) Itália; 1555 (2 meses).
222º.- São Paulo IV (Gian Pietro Carafa - São João Pedro Carafa) Itália; 1555 - 1559.
<>Trinta anos antes de assumir o governo da Igreja (pontificado de Clemente VII), havia fundado a Congregação da Divina Providência junto com São Caetano de Thiene. Defendeu a Igreja na época do levante protestante, representando uma das primeiras colunas da reação católica ao movimento protestante
223º.- Pio IV (Giovani Angelo de Medici) Itália; 1559 - 1565.
(Tio de São Carlos Borromeu - 04/11)
224º.- São Pio V (Antonio Chislieri) Itália; 1565 - 1572.
225º.- Gregório XIII (Ugo Boncompagni) Itália; 1572 - 1585
226º.- Xisto V (Felipe Peretti) Itália; 1585 - 1590.
227º.- Urbano VIII (Giovanni Battista Cestagna) Itália; 1590 (1 mês).
228º.- Gregório XIV (Niccolò Sfondrati) Itália; 1590 - 1591.
229º.- Inocêncio IX (Giovanni A. Facchinetti) Itália; 1591 (2 meses).
230º.- Clemente VIII (Ippolito Aldobrandini) Itália; 1592 - 1605.
231º.- Leão XI (Alessandro de Medici) Itália; 1605 (1 mês).
232º.- Paulo V (Camilo Borghese) Itália; 1605 - 1621.
233º.- Gregório XV (Alessandro Ludovis) Itália; 1621 - 1623.
(Canonizou São Francisco Xavier - 03/12)
234º.- Urbano VIII (Maffeo Barberini) Itália; 1623 - 1644.
 Alexandre VIII (Fabio Chigi) Itália; 1655 - 1667.
237º.- Clemente IX (Giulio Rospigliosi) Itália; 1667 - 1669.
238º.- Clemente X (Emilio Altieri) Itália; 1670 - 1676.
239º.- Inocêncio XI (Benedito Odescalchi) Itália; 1676 - 1689.
240º.- Alexandre VIII (Pietro Vito Ottoboni) Itália; 1689 - 1691.
241º.- Inocêncio XII (Antonio Pignatelli) Itália; 1691 - 1700.
242º.- Clemente XI (Giovanni Francesco Albani) Itália; 1700 - 1721.
243º.- Inocêncio XIII (Michelangelo dei Conti) Itália; 1721 - 1724.
244º.- Bento XIII, ou Benedito XIII (Pietro Francesco Orsini) Itália; 1724 - 1730.
245º.- Clemente XII (Lorenzo Corsini) Itália; 1730 - 1740.
246º.- Bento XIV, ou Benedito XIV (Prospero Lambertini) Itália; 1740 - 1758.
247º.- Clemente XIII (Carlo Rezzonico) Itália; 1758 - 1769.
248º.- Clemente XIV (Giobanni Vincenzo Ganganelli) Itália; 1769 - 1774.
<> Desfez a companhia de Jesus por causa da perseguição.
249º.- Pio VI (Giovanni Angelo Braschi) Itália; 1775 - 1799.
250º.- Pio VII (Barnaba Chiaramonti) Itália; 1800 - 1823.(L P. 491 (24/05)
251º.- Leão XII (Annibale della Genga) Itália; 1823 - 1829. (Interno: vincular vicente0101)
253º.- Pio VIII (Francesco Saverio Castiglioni) Itália; 1829 - 1830.
<> Neste pontificado deu-se a aparição de Nossa Senhora à Santa Catarina de Labouré, ordenando que fosse cunhada a Medalha Milagrosa.
252º.- Gregorio XVI (Bartolomeo Alberto Cappelari) Itália; 1831 - 1846.
<> aprovou e abençoou a Medalha Milagrosa
254º.- Pio IX (Giovanni Mastai Ferreti) Itália; 1846 - 1878.
<> Segundo maior pontificado da história (31 anos, sete meses e meio) . O primeiro lugar pertence a São Pedro (37 anos) e o terceiro, do Papa João Paulo II (25 anos, cinco meses e um dia - em 14/03/04, quando superou Leão XIII)<> Fundada a Associação das Filhas de Maria em 20/06/1847 por
Santa Catarina Labouré, a quem Nossa Senhora trasmitiu a Medalha Milagrosa.
<> Instituido o Dogma da Imaculada Conceição em 1854.
<> Instituído o Dogma da Infalibilidade do Papa.
<> Aparição de Nossa Senhora em Lourdes no ano de 1858, à Santa Bernardete
255º.- Leão XIII (Gioacchino Pecci) Itália; 1879 - 1903.
<> Instituiu a 23/07 /1894 a festa da Medalha Milagrosa.
256º.- São Pio X (Giuseppe Melchiorre Sarto) Itália; 1903 - 1914.
<> Concedeu 100 dias de indulgência de cada vez que se diga : "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós", invocação esta impressa na Medalha Milagrosa.
<> Instituiu em 08/06/1909 a Associação da Medalha Milagrosa.
<> Início do processo de beatificação de Santa Bernadete Soubirous
257º.- Bento XV, ou Benedito XV (Giacomo della Chiesa) Itália; 1914 - 1922.
258º.- Pio XI (Achille Ratti) Itália; 1922 - 1939.
<> Por decreto de 16 de julho de 1930 proclamou a Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil. {Ver hist.e S. leonardo (28/11)}
<> Em 14/07/1925 Santa Bernadete Soubirous é proclamada bem-aventurada e, no mesmo pontificado, 02/07/1933, canonizada.
<> Por decreto de 16 de julho de 1930 proclamou a Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil. {Ver hist.e S. leonardo (28/11)}
<> Em 14/07/1925 Santa Bernadete Soubirous é proclamada bem-aventurada e, no mesmo pontificado, 02/07/1933, canonizada.
259º.- Pio XII (Eugenio Pacelli) Itália; 1939 - 1958.
<> Instituído o Dogma da Assunção de Nossa Senhora
<> Em 27/07/1947 Santa Catarina Labouré é canonizada
260º.-João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli) Itália; 1958 - 1963.
261º.- Paulo VI (Giovanni Battista Montini) Itália; 1963 - 1978.
262º.- João Paulo I (Albino Luciani) Itália; 1978 (33 dias).
263º.- João Paulo II (Karol Wojtyla) Polônia; 1978 - 2005.
<> No Dia 14 de março de 2004, o Papa João Paulo II, com 25 anos, cinco meses e um dia, superou, em tempo, o pontificado do Papa Leão XIII, sendo então o terceiro pontificado mais longo da história, precedido apenas por São Pedro (37 anos) e Por Pio IX (31 anos).
<> Leia o testamento do Papa João Paulo II (versões português e original em italiano)
264º.- Bento XVI, ou Benedito XVI (Joseph Ratzinger) Alemanha, 19 de abril 2005.

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Todos os dados coletados, compilados, digitados e organizados por Página Oriente - Site Católico Apostólico Romano, conforme as seguintes fontes:

1. Site do Vaticano - http://www.vatican.va
2. Almanaque Abril 85, Edição 1985, Editora Abril - São Paulo, 1985.
3. História - A maioria passagens contidas na obra Na Luz Perpétua - Pe. João Batista Lehmann, 1959 , Ed. Lar Católico, 1959; algumas adaptações (após tradução) através de informações contidas no sites: Legião de Maria de Hemorsillo - http://www.legionhermosillo.com.mx/ , Italy Cyberguide - http://www.italycyberguide.com/. História sagrada do Antigo e do Novo testamento - Frei Bruno Heuser - 8a, Edição - Ed. Vozes, 1934
4. História e cronologia - Oração das Horas , Vozes, Paulus, Paulinas e Editora Ave-Maria, 1995.
5. Horas de Combate, pelo Monsenhor Ricardo D. Liberali, Edições Paulinas, 1959.
6. Catecismo da Igreja Católica - A fé Para Adultos, Redação pelo Instituto Catequético Superior de Nijmegen, Edições Loyola, 1970.
7. História Sagrada do Antigo e Novo Testamento, pelo Frei Bruno Heuser - O.F.M. - Ordem dos Frades Menores, 8a. Edição,Editora Vozes - Petrópolis, 1934
8. Agência Nacional de Notícias - Radiobrás

História do Papado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A estátua de São Pedro, o primeiro Bispo de Roma e por consequência, o primeiro Papa (colocada na Basílica de São Pedro pelo Papa Pio IX.A História do papado é a história do Papa e Bispo de Roma, chefe da Igreja Católica, tanto em seu papel espiritual e temporal, que cobre um período de aproximadamente dois mil anos. "A doutrina católica sobre o papado é bíblica e decorre do primado de São Pedro entre os Apóstolos de Jesus. Como todas as doutrinas cristãs, desenvolveu-se ao longo dos séculos, mas não se afastou dos seus elementos essenciais, presentes na liderança do Apóstolo Pedro."
Não existe uma lista oficial de papas, mas o Anuário Pontifício, publicado anualmente pelo Vaticano, contém uma lista que é geralmente considerada a mais correta, colocando o atual Papa Bento XVI como o 265º Papa. Em 2001 foi feito um estudo rigoroso pela Igreja Católica sobre a história do papado.

Pedro e as origens do papado


O Apóstolo Pedro foi o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma (a Santa Sé), sendo o primeiro Bispo de Roma. Pedro afirma em I Pe 5,13 que fundou "A [Igreja] que está em Babilônia", termo pejorativo para referir-se à Roma pagã. O Papa Pio XII inicou escavações arqueológicas na Basílica de São Pedro, em Roma, para determinar se o túmulo de São Pedro estava realmente lá, sendo que na celebração do Ano Santo em 1950, ele confirmou que o túmulo de São Pedro havia sido encontrado debaixo da basílica.
Desde a Reforma Protestante alguns teólogos protestantes afirmaram que Pedro nunca teria ido à Roma, e portanto os Bispos daquela cidade não poderiam ser seus sucessores, esta tese foi defendida mais proeminentemente por Ferdinand Christian Baur da Escola Tübingen. Outros, como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em Alexandria, no Egito ou em Antioquia. Hoje, porém os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack afirmou, que as teses anteriores foram feitas por "tendenciosos-protestantes" e que estas "tendenciosas-críticas" prejudicaram o estudo sobre a vida de São Pedro em Roma. Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas o seu túmulo está localizado na Basílica de São Pedro no Vaticano, ao qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.

Pio XII ordenou escavações arqueológicas na Basílica de São Pedro, em Roma, para determinar se o túmulo de São Pedro estava lá. Na celebração do Ano Santo em 1950, ele confirmou que o túmulo de São Pedro havia sido encontrado debaixo da basílica.

Referências ao papado na Bíblia


Embora as origens históricas do papado e as circunstâncias da vida de Pedro em Roma não são totalmente documentadas, as afirmações bíblicas no Novo Testamento sobre Pedro nos dá uma imagem mais clara. Em todos os evangelhos do Novo Testamento, Pedro encabeça os apóstolos (Mt 10,1-4; Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; At 1,13); em alguns casos é dito "Pedro e aqueles que estavam com ele" (Lc 9,32). Pedro era o primeiro que geralmente falava em nome dos apóstolos (Mt 18,21; Mc 8,29; Lc 12,41; Jo 6,69), e preside muitas cenas notáveis (Mt 14,28-32; Mt 17,24, Mc 10,28). "Em cada Evangelho, ele é o primeiro discípulo, à ser chamado por Jesus."
O dogma e a tradição da Igreja ensinam que a instituição do papado foi feita por Jesus, conforme pode ser observado nas passagens do Evangelho de Mateus: "E eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra, será desligado nos céus" (Mt 16, 18-19). Em Mateus, a centralidade de Pedro não é apenas manifestada nesta citação. Depois da ressurreição, Jesus repete o seu mandato de Pedro (Jo, 21,15), Lucas cita um mandato de Jesus a Pedro, pois ele devia "reforçar seus irmãos" (Lc, 22,31).

Igreja Primitiva (30 - 325 d.C.)


No início da história do cristianismo, cinco cidades surgiram como importantes centros desta religião: Roma, Jerusalém, Antioquia, Alexandria e Constantinopla. Desde o século I Roma ocupou o primeiro lugar como centro cristão. Em 107 Santo Inácio de Antioquia diz que Roma "preside a irmandade de amor" ("prokathemene tes agapes"), ou seja, preside a Igreja. Também nos últimos anos do século I d.C, o Bispo de Roma Clemente I usou sua autoridade para intervir nos assuntos de Corinto para ajudar a resolver suas disputas internas, afirmando que estava "falando em nome do Espírito Santo", embora nessa época em Éfeso ainda vivesse o apóstolo João, e outras comunidades possuíssem relações mais freqüentes e fáceis com Corinto. Em diversas outras situações na Igreja Primitiva o Bispo de Roma interveio em outras comunidades para ajudar a resolver conflitos. Porém o poder do Bispo de Roma nesta época era apenas espiritual.
Mais tarde, no século II e III, houve mais manifestações da autoridade de Roma. Em 189, Ireneu de Lyon afirma em Contra as heresias: "[A Igreja de Roma] em razão de sua poderosa autoridade de fundação, que deve necessariamente concordar toda Igreja, isto é, que devem concordar os fiéis procedentes de qualquer parte, ela, (…) conservou a tradição que vem dos apóstolos".[11] E, em 195 d.C, o Bispo de Roma Vítor I, ameaça de excomunhão os bispos que continuarem praticando o Quartodecimanismo (o costume de celebrar-se a Páscoa no início da véspera do 14º dia de Nissan).
Não se sabe exatamente quando o termo "Pontifex" ou "Pontífice" para referir-se ao papa entrou em uso (o termo é utilizado na Bíblia para descrever sacerdotes (Hebreus 5, 1-4). No cristianismo primitivo, o título de "Pontifex" parece ter sido aplicado para qualquer bispo, ainda em 220, Tertuliano utilizou o termo para referir-se ao papa Calixto I, chamando-o também de "bispo dos bispos", embora Tertuliano utilizou os títulos de maneira irônica, pois era inimigo de Calixto na questão das penitências, sua citação indica que os demais cristãos já o usavam.
Em 251 cristãos do Norte da África que aderiram ao Antipapa Novaciano, que desejava substituir o Papa Cornélio, mas que voltariam posteriormente à obedecer Cornélio, falariam: "Sabemos que Cornélio é Bispo da Santíssima Igreja Católica, escolhido por Deus todo-poderoso e por Cristo Nosso Senhor.. Confessamos o nosso erro… Todavia nosso coração sempre esteve na Igreja; não ignoramos que há um só Deus e Senhor todo-poderoso, também sabemos que Cristo é o Senhor…; há um só Espírito Santo; por isto deve haver um só Bispo à frente da Igreja Católica".
Na metade do ano 200, São Cipriano, bispo de Cartago afirma que "Estar em comunhão com o Papa é estar em comunhão com a Igreja Católica.", escrevendo também sobre a autoridade de Pedro em "Sobre a Unidade da Igreja": "O Senhor diz a Pedro: "Eu te digo que és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. (…) O Senhor edifica a sua Igreja sobre um só, embora conceda igual poder a todos os apóstolos (…) No entanto, para manifestar a unidade, dispõe por sua autoridade a origem desta mesma unidade partindo de um só. Sem dúvida, os demais apóstolos eram, como Pedro, dotados de igual participação na honra e no poder; mas o princípio parte da unidade para que se demonstre ser única a Igreja de Cristo (…) Julga conservar a fé quem não conserva esta unidade da Igreja? Confia estar na Igreja quem se opõe e resiste à Igreja? Confia estar na Igreja, quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?". Os bispos de Roma no cristianismo primitivo ajudaram a espalhar a doutrina cristã e resolver conflitos. Os livros da vida dos santos de Roma afirmam que foram mártires todos os Papas anteriores a Silvestre I (315-335) por causa da perseguição romana que só terminou em 313 com o Édito de Milão.

O título Papa

O título de "Papa" foi, desde o início do século III uma designação honorífica utilizada tanto para o Bispo de Roma, quanto para os outros bispos do Ocidente. No Oriente era usado apenas para o bispo de Alexandria. A partir do século VI, o título era normalmente reservado apenas para o Bispo de Roma, desde então passou à ser utilizado somente por ele, tornando-se um de seus nomes oficiais no século XI.

Primeiro Concílio de Niceia e Grande Cisma do Oriente (325 - 1054)


Após a publicação da Édito de Milão em 313 que permitiu aos cristãos ter liberdade para praticar sua religião, iniciando-se a Paz na Igreja e a realização do Primeiro Concílio de Niceia em 325, o papado foi reconfirmado. Com o estabelecimento da Pentarquia, em que a Igreja foi organizada sob cinco patriarcas, os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma, o Bispo de Roma é considerado o "primus" (primeiro) entre os patriarcas, embora muitos interpretem esse título como o "primus inter pares" (primeiro entre iguais). Ao Papa é concedido o direito de convocar concílios ecumênicos. Porém, quando a capital imperial foi transferida para Constantinopla (em 330 d.C), o papado por consequência perdeu influência e especialmente o Bispo de Constantinopla, teve sua autoridade aumentada consideravelmente sobre as igrejas orientais, embora Roma continuasse tendo uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.
O Primeiro Concílio de Constantinopla (381 d.C.) confirma as condições do primado romano anteriores, no entanto, o papa não compareceu pessoalmente a este concílio, que se realizou na zona leste da capital do império romano, e não em Roma. Em torno de 400 São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla e doutor da Igreja, dizia que: "No interesse da paz e da fé não podemos discutir sobre questões relativas à fé sem o consentimento do Bispo de Roma.". Santo Agostinho, após a condenação do Pelagianismo (heresia que dizia que o homem podia salvar-se sem Deus), no sínodo de 416, com a concordância do Papa Inocêncio I, disse: "Roma locuta, causa finita!" ("Roma falou, encerrada a questão!"). Em 446 o Papa Leão I declarou que "o cuidado da Igreja universal, deve convergir para a cadeira de Pedro, e nada (...) deve ser separado de sua cabeça". Esta doutrina foi reafirmada no Concílio de Calcedónia em 451 por Leão I (através de seus emissários). O primeiro Papa a mudar de nome após eleito, foi o papa Mercúrio, que escolheu o nome de João II (533-535).
Durante o Grande Cisma do Oriente, a separação entre a Igreja Católica do Ocidente) e a do Oriente no século XI, que originou a Igreja Ortodoxa por questãos teológicas sob o Espírito Santo, a autoridade papal estava bem definida, porém, a igreja do Oriente, distante de Roma, e sob maior influência do bispo de Constantinopla, então Miguel Cerulário, seria excomungado por um emissário do Papa Leão IX, o bispo de Constantinopla rejeitaria a excomunhão e excomungaria Leão IX, ocorrendo então a divisão (cisma) entre as duas igrejas, a partir daí, embora reconhecessem o papel espiritual do papa, as igrejas orientais não aceitavam sua interferência. Houve várias tentativas de reunificação, principalmente no Concílio de Lyon (1274) e Florença (1439), mas as reuniões mostraram-se efêmeras.

Desenvolvimento na Idade Média


Influência política

Os Papas foram autoridades respeitadas ao longo da história, especialmente na Idade Média, e muitas vezes sua opinião era convocada por líderes temporais, por exemplo, a bula Laudabiliter de 1155 (que autoriza Henrique II de Inglaterra a invadir a Irlanda), a bula Manifestus Probatum que reconhece a independência de Portugal, a bula Inter Caeteras em 1493 (que conduz ao Tratado de Tordesilhas no ano seguinte, dividindo o mundo entre Portugal e Espanha) ou a bula Inter Gravissimas de 1582 (que estabelece o calendário gregoriano, atualmente em uso).
Em 754, o líder dos francos Pepino, o Breve, por ter sido recohecido pelo Papa como legítimo rei dos francos, lutaria contra os lombardos no Reino da Itália, inimigos da Igreja Católica, doando o território conquistado ao Papa Estêvão II, que formaria os Estados Papais, que se tornou o Estado da Igreja, administrado pelo Papa. Porém realmente a maior parte dos Estados Papais era controlado por príncipes menores, somente no século XVI o Papa passou à ter verdadeiro controle sobre todos os seus territórios. Em 1866, com a unificação da Itália, os Estados papais, foram anexados à Itália e Roma foi proclamada a capital do reino. Iniciou-se então a Questão Romana, em que o Papa reivindicava os territórios perdidos; somente com o Tratado de Latrão, em 1929, o Papa obteve a soberania do Estado do Vaticano, que se tornou uma entidade autônoma dentro das fronteiras italianas.
No ano 800, o Papa Leão III coroou Carlos Magno como Imperador, passo decisivo no caminho para o Sacro Império Romano-Germânico, do qual, o Papa foi considerado líder espiritual. Desde essa data tornou-se uma tradição a coroação dos Imperadores pelo Papa, até Carlos V. Napoleão Bonaparte fez reviver essa tradição fazendo-se coroar do mesmo modo. Até 1059 a eleição do Papa era feito pelo clero de Roma (os cardeais), com a aprovação popular. Posteriormente as autoridades temporais, como imperadores, desejavam intervir na igreja, por exemplo, nomeando bispos, motivo pelo qual iniciou-se a Questão das Investiduras (ou nomeações), em que o Papa reivindicava ser seu direito nomear os bispos, então foi iniciada a chamada Reforma Gregoriana, que pretendia combater a corrupção da Igreja e do clero e declarar que o poder temporal não poderia intervir no poder espiritual da Igreja, para evitar qualquer interferência temporal na eleição do papa, foi estabelecido que a eleição do pontífice se realizaria através de votação pelo Colégio dos Cardeais (secreta desde 1274) reunidos num conclave, em 1075 Gregório VII foi proclamado papa dessa maneira. Nesta época foi anunciado o Dictatus Papae, um conjunto de 27 proposições eclesiológicas tratando da autoridade do papado (sendo a base ideológica do período de supremacia da Igreja na Alta Idade Média). A partir do século XII os Papas passaram a ter seus próprios brasões pessoais, além dos simbolismos próprios da Santa Sé. A partir do século XVII foram atribuídas brasões aos papas anteriores que não o possuíam.

O Papado de Avignon e Grande Cisma do Ocidente


Entre 1309 e 1377, a residência do papado foi alterada de Roma para Avignon, na França. O Papa Clemente V, foi levado (sem possibilidade de debate) pelo rei francês para residir em Avignon, no episódio conhecido como "Crise de Avignon". Em 1378 o Papa Gregório XI voltaria para Roma, onde faleceria, a população italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma e então seria eleito o Papa Urbano VI, de origem italiana, porém Urbano VI se demonstraria muito autoritário, então uma quantidade considerável da alta hierarquia católica, anularia sua votação e um novo conclave foi realizado, elegendo o Clemente VII, que voltaria à residir em Avignon, iniciando-se então o Grande Cisma do Ocidente, em que o Papa residia em Roma e o Antipapa residia em Avignon, reclamando para si o poder sobre a Igreja Católica. Posteriormente em 1409 a fim de tentar terminar com o cisma, se reuniria o Concílio de Pisa, que estabeleceria outro Antipapa residente em Pisa. O cisma terminou no Concílio de Constança em 1414, com o papado estabelecido definitivamente em Roma e os outros antipapados declarados ilegítimos.
 
Renascimento
 
Durante o Renascimento ou Renascença os papas mostraram-se favoráveis à nova cultura e às artes, tornando-se mecenas de artistas como Michelangelo, Rafael e Bernini. O Papa Nicolau V (1447-1455) transformou a pequena biblioteca pontifícia em uma grande coleção de manuscritos gregos e latinos, montando galerias e museus no Vaticano. Iniciou a reconstrução da Basílica de São Pedro e da cidade de Roma, bem como aumentou os Estados Papais, seus sucessores continuaram seus projetos, embora com modificações.
 
O Papado no presente
 
O Concílio Vaticano I realizado em 1869 e 1870 definiu as competências atuais do papado na Igreja. Por meio de bases bíblicas, este concílio reconheceu que o Papa quando fala "ex-cathedra" (literalmente "da cadeira [de Pedro]") é infalível em assuntos de fé e de moral. Igualmente reconheceu o primado do Papa como um dogma da Igreja.
 
Referência
 
↑ Site católico sobre o papado e a Bíblia

↑ Corrections Made to Official List of Popes. ZENIT (2001-06-05). Página visitada em 2008-10-21.
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