"A Fé é um salto do escuro para os braços de Deus. Quem não salta, não vê a Deus, não é abraçado, fica apenas no escuro." (Desconhecido)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Cidade do Vaticano


O Vaticano é uma cidade-estado e o menor Estado independente do mundo, encravado na zona norte de Roma.
Deve a sua existência ao fato de ser a residência oficial do Papa e de ser a sede da Igreja Católica e também da Igreja Católica de Rito Latino, a maior e a mais conhecida e numerosa das 23 Igrejas sui juris que constituem a Igreja Católica.
A Santa Sé (latim: Sancta Sedes), ou Sé Apostólica, do ponto de vista legal, é distinta do Vaticano, ou mais precisamente do Estado da Cidade do Vaticano.

Etimologia

Originalmente, Vaticano era uma figura da mitologia romana que "abria a boca do recém nascido para que ele pudesse dar o primeiro grito, o primeiro choro". Era também o nome de uma das sete colinas de Roma onde se erguia o Circo de Nero. Lá São Pedro foi martirizado e sepultado.
A palavra Vaticanus e as suas variações, encontradas no dicionário latino-português de Geraldo de Ulhoa Cintra e José Cretela Junior, e outros dicionários de latino-português, começam por vatic, vates e vatis, todas elas estão relacionadas com o sentido de profecia. Juntando o prefixo vatic- com -anus, assim como Romanus é a combinação de Roma mais -anus, Colinas do Vaticano significa, portanto, Colinas da Profecia, sendo a palavra Vaticano a adaptação portuguesa da palavra Vaticanus.

História do Vaticano

O Vaticano foi dado pelo Tratado de Latrão, assinado por Benito Mussolini e o Papa Pio XI em 11 de Fevereiro de 1929. As terras tinham sido doadas em 756 por Pepino, o Breve, rei dos francos. Durante um período de quase mil anos, que teve início no império de Carlos Magno no século IX, os papas reinavam sobre a maioria dos Estados temporais do centro da península itálica, incluindo a cidade de Roma, e partes do sul da França.
Durante o processo de unificação da península, a Itália gradativamente absorveu os Estados Pontifícios. Em 1870, as tropas do rei Vítor Emanuel II entram em Roma e incorporam a cidade ao novo Estado. Em 13 de março de 1871, Vítor Emanuel II ofereceu como compensação ao Papa Pio IX uma indenização e o compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do Vaticano, um bairro de Roma onde ficava a sede da Igreja (as leis de garantia). O papa, consciente de sua influência sobre os católicos italianos e desejando conservar o poder da Igreja, recusa-se a reconhecer a nova situação e considera-se “prisioneiro” do poder laico. Além disso, proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do novo reino.
Essa incómoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja, chamada Questão Romana só terminou em fevereiro de 1929, quando o ditador fascista Benito Mussolini e o Papa Pio XI assinam o Tratado de Latrão, pelo qual a Itália reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarado Estado soberano, neutro e inviolável.
Em 12 de fevereiro de 2009 Bento XVI participou das comemorações pelo 80º aniversário da fundação do Estado da Cidade do Vaticano. A RTE Orchestra acompanhada pela Our Lady's Choral Society, ambas de Dublín (Irlanda), interpretaram o oratório O Messias de Georg Friedrich Händel na "Aula Paulo VI". No final o Papa pronunciou um breve discurso dizendo que "se tratava de um pequeno território para uma grande missão". 

Política do Vaticano


O Papa, chefe de Estado eleito em um colégio de cardeais denominado conclave para um cargo vitalício, detém no Estado do Vaticano os poderes legislativo, executivo e judicial, desde a criação do Vaticano pelo Tratado de Latrão, em 1929.
Tecnicamente é uma Monarquia eletiva, não hereditária. Pode-se considerar o Vaticano como uma autocracia, porque todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário) estão concentrados na figura do Papa, que não possui qualquer órgão que fiscalize seus atos como governante, e, por ser considerado sucessor de São Pedro, não deve prestação de contas a ninguém, considerando-o um emissário de Deus na Terra. O termo cidade do Vaticano é referente ao Estado, enquanto Santa Sé é referente ao governo da Igreja Católica efetuado pelo Papa e pela Cúria Romana.
Palácio sede do governo do Vaticano.
A Cúria Romana é efectivamente o governo do Estado e a gestão administrativa, pelo que o seu chefe, o Secretário de Estado, tem as incumbências equivalentes às de um Primeiro-Ministro. Outros cargos políticos encontram-se sob designações diversas nos diversos órgãos da Cúria Romana.
Formalmente constituído em 1929 com a configuração actual, o Estado do Vaticano administra as propriedades situadas em Roma e arredores que pertencem à Santa Sé. O Estado do Vaticano, com o estatuto de observador nas Nações Unidas, é reconhecido internacionalmente e foi admitido membro de pleno direito das Nações Unidas, em Julho de 2004, mas abdicou voluntariamente do direito de voto.
O Estado tem os seus próprios embaixadores ou representantes, um jornal oficial (Acta Apostolicae Sedis), uma estação de rádio, e uma força militar denominada Guarda Suíça. Emite autonomamente moeda (desde 2002, o euro), selos e passaportes.
A Santa Sé estabelece com muitos Estados tratados internacionais (concordatas), para assegurar direitos dos católicos ou da Igreja Católica naqueles Estados. Muitos foram assinados quanto os Estados se laicizaram, como forma de garantir direitos para a Igreja e permitir sua existência em tais países.

Geografia do Vaticano


Patrimônio Mundial da UNESCO
Cidade do Vaticano
St Peter's Square, Vatican City - April 2007.jpg
Vista da Praça de São Pedro do topo da cupúla de Miguel Ângelo
Informações
Inscrição:
1984
Localização:
Cidade do Vaticano, Estado da Cidade do Vaticano
Critérios:
(i)(ii)(iv)(vi)
Descrição UNESCO:
fr en
A área do Vaticano é de 0,44 quilômetros quadrados. Está situado no meio da capital italiana, Roma. Por isso, não possui área costeira. A defesa do país é da responsabilidade da Itália, enquanto que a segurança do Papa fica a cargo da Guarda Suíça. Fora da Cidade do Vaticano, o Estado possui 13 edifícios em Roma e Castel Gandolfo (A residência de Verão do Papa) gozando de direitos extraterritoriais. Partilha 3,2 km de fronteira com a Itália.
A cidade tem clima temperado, leve, com invernos chuvosos (de Setembro a meados de Maio) e verões quentes (de Maio a Setembro). Situa-se numa colina baixa. A colina foi chamada de Vaticana (em latim: Mons Vaticanus), uma vez que existia muito antes do cristianismo. O nome é suspeito de pertencer inicialmente à língua etrusca. O ponto mais baixo é um local sem nome situado a 19 metros. O ponto mais alto é outro local não nomeado que se situa 75 metros de altitude. O Vaticano não possui nenhum recurso natural.
É fundamentalmente urbano e nenhuma das terras está reservada para agricultura ou outro tipo de exploração de recursos naturais. A cidade-estado exibe um impressionante grau de economia, nascida da necessidade extremamente limitada, devido ao seu território. Assim, o desenvolvimento urbano é optimizado para ocupar menos de 50% da área total, ao passo que o resto é reservado para espaço aberto, incluindo os Jardins do Vaticano. O território possui muitas estruturas que ajudam a fornecer autonomia ao Estado soberano, estes incluem: linhas ferroviárias, heliporto, correios, estação de rádio, quartéis militares, palácios e gabinetes governamentais, instituições de ensino superior, cultural e de arte, e algumas Embaixadas.
O Vaticano faz fronteira apenas com a Itália, por Roma, ou seja, é um enclave independente. Sua fronteira com a Itália é a menor do mundo, com apenas 4,07 km.
Em Julho de 2007, o Vaticano aceitou uma oferta que vai torná-lo o único estado neutro em relação ao carbono por ano, devido à doação do Vaticano da Floresta Clima na Hungria. A floresta possui tamanho suficiente para compensar as emissões de dióxido de carbono do Estado.

Economia  

Economia do Vaticano


Interior da Basílica de São Pedro.
A economia do Vaticano é baseada na captação de donativos das comunidades eclesiais (igrejas) pertencentes à Igreja Católica, Apostólica e Romana no mundo inteiro. Essa arrecadação supre fundos para as despesas do Vaticano com a evangelização e os programas sociais que desenvolve, igualmente no mundo inteiro. O país mantém um canal de donativos conhecido como "Óbulo de São Pedro", no qual o doador remete os fundos diretamente ao Vaticano.
Outra forma de captação de recursos é com o turismo no complexo dos "Museus Vaticanos". Não há outro lugar no mundo com tanto valor artístico e intelectual concentrado como no Arquivo Secreto do Vaticano, na Biblioteca Apostólica Vaticana, e nos acervos de arte (pintura, escultura e arte sacra) das igrejas romanas.
Através de um acordo com a Itália, representando a União Europeia, a unidade monetária do Vaticano é o Euro. O Estado tem a sua própria concepção de moedas e notas de euros, que têm aceitação na Itália e em outros países da Zona Euro. O Vaticano não tem uma casa de emissão própria, de forma que tenha acordado com a Itália para efectuar a cunhagem, que não pode ser superior a 1 milhão de euros anuais.

Demografia


Mapa da cidade do Vaticano. 

Demografia do Vaticano
A população vaticana é composta por membros da Igreja, que devido às suas funções, residem lá. Além do Papa, residem e trabalham lá Bispos, Cardeais, Arcebispos e outros funcionários importantes da Igreja Católica (existe um número reduzido de cidadãos comuns). A maioria dos funcionários estáveis é italiana. Um número considerável é suíço e o restante originário de diversos países.
A religião é o catolicismo, que detém estatuto oficial. A língua oficial é o latim, embora só seja utilizado em documentos oficiais e em rituais cerimoniais. A língua falada é o italiano.

Cultura  

Cultura do Vaticano

A cultura do Vaticano é obviamente correspondente à cultura da Igreja Católica e o seu expoente são as obras de arquitectura como a Basílica de São Pedro, a Arquibasílica de São João Latrão, a Praça de São Pedro, a Capela Sistina e a coleção do Museu do Vaticano. O palácio onde reside o Papa tem 5 mil quartos, duzentas salas de espera, 22 pátios, cem gabinetes de leitura, trezentas casas de banho e dezenas de outras dependências destinadas a recepções diplomáticas.
Guarda Suíça é o nome que recebe o grupo de soldados contratados para proteger o Papa. Foi criado no século XV.
Dos fogões vaticanos saíram tentações como os ovos beneditinos (um capricho de Bento XI), a lagosta com trufa branca (habitual nas coroações do Renascimento), a musse de faisão ao molho chaudfroid (prato preferido de Pio VI) ou o maçapão de água de rosas (uma iguaria na Idade Média).

Feriados




Data
Nome em português
Nome local

1 jan
 Ano novo
  Capodanno

6 jan
 Epifania
  Epifania

11 fev
 Aniversário da indep.


19 mar
 São José
 Santo Giuseppe

Variável
 Páscoa
 Pasqua

Variável
 2ª-feira de Páscoa
 Pasqua

1 mai
 Dia do trabalhador
 Festa del Lavoro

Variável
 5ª-feira de Ascensão


Variável
 Corpo de Cristo
 Corpus christi

29 junho
 S. Pedro e S. Paulo
San Pietro e San Paolo

15 ago
 Assunção de N. S.
Assunzione della B.V. Maria

16 ago
 Assunção de N. S.
Assunzione della B.V. Maria

1 nov
 Dia de T. os Santos
Tutti i Santi

8 dez
 Imac Conc
Immacolata Concezione

25 dez
 Natal
Natale

26 dez
 Santo Estêvão
Santo Stefano

São Joaquim e Santa Ana


Viveram no primeiro século e sua festa é celebrada no leste no dia 9 de setembro. A tradição dá o nome de Joaquim e Ana (significa graciosa em hebreu) aos pais da Virgem Maria (Luc 3:23) .
São João Damasceno exorta Joaquim e Ana como modelos de pais e esposos cujo principal dever era educar seus filhos. São Paulo diz que a educação dos filhos pelos pais é sagrada.
A tradição diz que Joaquim nasceu em Nazaré, e casou-se com Anna quando ele era jovem. Ele era um rico fazendeiro e possuía um grande rebanho. Como não tivessem filhos durante muitos anos Joaquim era publicamente debochado, (não ter filhos era considerado na época uma punição de Deus pela sua inutilidade). Um dia o padre do templo recusou a oferta de Joaquim de um cordeiro e Joaquim foi para o deserto e jejuou e rezou por 40 dias. O Pai de Ana teria sido um judeu nômade chamado Akar que trouxe sua mulher para Nazaré com sua filha Anna. Após o casamento de sua filha com Joaquim tambem ficou triste de não terem sido agraciados com netos. Ana chorava e orava a Deus para atende-la. Um dia ela estava orando e um anjo disse a ela que Deus atenderia as suas preces. Ela estava sob uma árvore pensando que Joaquim a havia abandonado(ele estava no deserto). O anjo disse ainda que o filho que teriam seria honrado e louvado por todo o mundo. Anna teria respondido; "Se Deus vive e se eu conceber um filho ou filha será um dom do meu Deus e eu servirei a Ele toda a minha vida."
O anjo disse a ela para ir correndo encontrar com o seu marido o qual, em obediência a outro anjo, retornava com o seu rebanho. Eles se encontraram em um local que a tradição chama de Portão de Ouro. Santa Anna deu a luz a Maria quando ela tinha 40 anos. É dito que Anna cumpriu a sua promessa e ofereceu Maria a serviço de Deus, no templo, quando ela tinha 3 anos. De acordo com a tradição ela e Joaquim viveram para ver o nascimento de Jesus e Joaquim morreu logo após ver o seu Divino neto presente no templo de Jeruzalém.
O Imperador Justiniano construiu em Constantinopla, uma igreja em honra de Santa Anna lá pelo anos de 550.Seu corpo foi trasladado da Palestina para Constantinopla em 710 e algumas porções de suas relíquias estão dispersas no Oeste. Algumas em Duren (Rheinland-Alemanha), em Apt-en-Provence, (França) e Canterbury (Inglaterra).
O culto litúrgico de Santa Ana apareceu no sexto século no leste e no oitavo século no Ocidente. No século décimo a festa da concepção de Santa Anna era celebrada em Nápoles e se espalhou para Canterbury lá pelos anos de 1100 DC e daí por diante até século 14, quando o seu culto diminui pelo crescente interesse pela sua filha, a Virgem Maria.
O culto a Santa Ana chegou a ser até atacada por Martinho Lutero, especialmente as imagens com Jesus e Maria, um objeto favorito dos pintores da Renascença. Em resposta, a Santa Sé estendeu a sua festa para toda a Igreja em 1582.
São Joaquim tem sido honrado no Leste desde o início e no Ocidente desde o 16° século e imagens do culto a São Joaquim começaram no ocidente nas Comunas e nos Arcos em Veneza que datam do século 6° .
A Imaculada Concepção de Maria é comemorada no dia 8 de dezembro e o nascimento da Virgem Maria, nove meses depois, ou seja no dia 8 de Setembro.
A festa de São Joaquim era celebrada, no Ocidente no dia 16 de agosto.
Agora, ambos são comemorados no dia de Santa Ana ou seja no dia 26 de julho.

SÃO GONÇALO DO AMARANTE


Nasceu no século XIII, em Arriconha, freguesia de Tagilde, próximo a Guimarães, norte de Portugal. Muito cedo, ele se viu chamado ao sacerdócio. Sua formação humana, cristã passou pelo Convento Beneditino, depois por Braga, lugar onde foi ordenado pelo arcebispo. Não demorou muito para ser abade em São Paio.Frei Gonçalo de Amarante pôde fazer várias peregrinações que muito enriqueceram sua vida espiritual e também apostólica. Ele foi a Roma, visitou os túmulos de São Pedro e São Paulo e tomou um "banho" de Igreja. Visitou a Terra Santa, conheceu os lugares santos por onde Jesus passou. Seu amor foi crescendo cada vez mais por Nosso Senhor. Depois de voltar dessas peregrinações, ele teve ainda mais ardor para evangelizar. A sua vocação sacerdotal foi quando discerniu a sua vida religiosa e entrou a família dominicana, daí vem o "frei". Quanto ao "Amarante", com seus irmãos de comunidade, ele foi para a cidade de Amarante em missão. Ele ficou conhecido como um segundo fundador dessa cidade, porque o seu amor apostólico o levava a ser um sinal no meio da sociedade.Em 1262, partiu para a glória, deixando para o povo de Amarante, para todas as gerações ao norte de Portugal, para toda Europa e para todo o mundo, um testemunho de santidade que colabora para uma cilização mais justa.

Frei Gonçalo de Amarante, rogai por nós.

São Pedro - O PESCADOR


"A simplicidade de seu coração e sua pouca cultura, foram transformados pela Luz do Divino ESPÍRITO SANTO, num admirável, eloquente, destemido, amoroso e fiel Discipulo do SENHOR, um poderoso pilar de sustentação do cristianismo."

APÓSTOLO DO SENHOR (SÃO PEDRO)
FAMILIARES, PROFISSÃO E RESIDÊNCIA


APÓSTOLO DO SENHOR (SÃO PEDRO)
Simão era filho de João e nasceu em Betsaida, assim como o seu irmão André. Possuía um gênio forte e temperamento impulsivo, alojado num coração generoso e repleto de bondade. Não se deixava vencer pela adversidade, revelava uma fibra invejável, embora a sua coragem e iniciativa pessoal estivessem fundamentadas na própria força humana. Homem simples, rude, de pouca instrução, dedicava-se à pesca. Fixou residência em Cafarnaum da Galiléia, que era banhada pelo Lago de Genesaré, também chamado Mar de Tiberiades ou Mar da Galiléia. Na pescaria tinha sociedade com o seu irmão André e o trabalho começava cedo, porque procuravam regressar antes do horário de almoço, a fim de poderem comercializar o pescado na cidade e arredores. Como aquela região é muito quente no período do verão, Simão adquiriu o hábito de pescar completamente despido (Jo 21,7), pois se sentia melhor e com os movimentos mais livres. Quando terminava a pescaria, colocava uma espécie de calção e uma veste, a fim de transportar o pescado em cestas na companhia de André, para serem vendidos no mercado e na praça. Era casado, mas pouco se conhece sobre a sua vida íntima, antes da conversão. O Novo Testamento apenas registra a presença de sua sogra em Cafarnaum, conforme escreveu São Mateus:
“Entrando JESUS na casa de Simão (Pedro), viu a sogra deste que estava de cama e com febre. Logo lhe tocou a mão e a febre a deixou. Ela se levantou e pôs-se a servi-LO”. (Mt 8,14-15)
Também o Evangelista João Marcos registrou este acontecimento:
“E logo ao sair da sinagoga (JESUS) foi à casa de Simão e de André, com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama com febre, e eles imediatamente o mencionaram a JESUS. E (ELE) aproximando-se, tomou-a pela mão e a fez levantar-se. A febre a deixou e ela se pôs a servi-los.” (Mc 1,29-31)
Pelos textos, compreende-se que André morava junto com o seu irmão Simão, e que além da esposa de Pedro também morava na mesma residência, a sogra dele. Entretanto, naquele momento, a única mulher que estava em casa era a sogra de Pedro e ela permanecia deitada com febre. Depois de curada por JESUS é que teve condições físicas de preparar a refeição para todos e foi servi-los. Assim sendo, pode-se deduzir que a esposa de Simão estava ocupada em outra atividade, provavelmente ajudando na limpeza e comercialização do pescado no mercado ou na praça. Isto porque, eles viviam do trabalho e naquele momento Pedro estava com JESUS. Ela, a esposa, além de cuidar da casa ajudava o marido no produto da pescaria e em todas viagens missionárias, conforme afirma São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios:
“Não temos o direito de levar conosco, nas viagens, uma mulher (esposa) cristã, como os outros Apóstolos e os irmãos do SENHOR e Cefas (Pedro) ?” (1 Cor 9,5)
Isto acontecia, pela necessidade dos Apóstolos serem servidos e não se preocuparem com as atividades domésticas, e assim, terem mais tempo para evangelizar, confirmando desse modo, que Pedro levava consigo a própria esposa durante as missões apostólicas. Este fato é também mencionado pelo biógrafo Clemente de Alexandria no ano 190: “a esposa de Pedro estava sempre ao lado dele, foi presa pelos soldados de Nero e sofreu o martírio em Roma provavelmente no ano 64 ou 65.” (Stromata, III, VII, página 306).

SANTA AURÉLIA PETRONILLA

Por outro lado, existe uma secular tradição de que o Apóstolo Pedro teve uma filha. Esta notícia teve origem na afirmação do mesmo biógrafo Clemente de Alexandria que escreveu no ano 189/190, “que Pedro tinha uma filha” (conforme Stromata, III Vol., VI Cap., página 276, 2ª edição Dindorf).
Para um homem casado como Simão Pedro ter uma filha, é um fato absolutamente normal. Acontece todavia, que nem a Tradição Cristã e nem os evangelistas mencionam o fato. João Marcos (o Evangelista) que acompanhou o Apóstolo ao longo do trabalho evangelizador e inclusive era o seu interprete em Roma, não escreveu nada sobre o assunto. E Marcos, como sabemos, escreveu o Segundo Evangelho de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, essencialmente baseado na autoridade e na pregação oral de Simão Pedro, a pedido dos cristãos romanos que queriam possuir por escrito o ensinamento do Apóstolo de JESUS. Então, oficialmente, por testemunho seguro e prova evidente, nada existe de concreto sobre a filha de Pedro, muito embora ela pudesse ter existido, sem contudo, aparecer no imenso cenário do cristianismo. Entretanto, na seqüência dos anos, as noticias cresceram em intensidade e inclusive alguns biógrafos associam a possível filha do Apóstolo, ao nome de Aurélia Petronilla, como se esse fosse o verdadeiro nome dela.
O nome de Aurélia Petronilla, era de uma romana que viveu no século I, sendo bem provável que tenha se convertido ao cristianismo através das pregações e ensinamentos do Apóstolo Simão Pedro. Era filha de Tito Flavio Petrônio, e pertencia a estirpe do futuro Imperador Romano. O seu parentesco é testemunhado de modo inconfundível pelo fato de ter sido sepultada no Cemitério que pertencia à família e que era chamado Cemitério de Flavia Domitila. Mulher de grande beleza, conforme afirmam os historiadores, foi oferecida em casamento a um nobre chamado Flacco (como era costume naquela época) e tinha somente três dias para se decidir. Agora convertida ao cristianismo, não quis aceitar aquela situação, por isso mesmo, sofreu muito e ficou excessivamente deprimida, se consumindo numa terrível batalha íntima. Rezava e fazia mortificações, em vão, porque a nostalgia causada pelo fato, alterava o seu equilíbrio espiritual. Suplicou a ajuda Divina para solucionar o problema que lhe afigurava como muito grave e abominável, considerando que pretendia cultivar e manter a virgindade. Preferia morrer a se casar com aquele homem. No terceiro dia, após ter recebido a Sagrada Comunhão (a Fração do Pão, como os cristãos celebravam), envolvida por forte comoção, desmaiou e caiu nos braços de sua mãe, que ao ampará-la percebeu que ela estava morta em seus braços. A vivacidade de seus reflexos e seu agradável sorriso, desapareceram de sua face. Foi sepultada no Cemitério de Domitila, na via Ardeatina, ao lado de dois mártires: soldado Nereo e Achilleo (conforme De Rossi, "Roma sotterranea", I,180-1) (talvez esta seja a razão porque também a chamavam de mártir). Era muito venerada pelo povo e sua sepultura freqüentemente visitada. No ano 390/395 sob a ordem do Papa Sirício, foi construído no local uma bonita Igreja. No século VIII, ano 757, o Papa Paulo I se empenhou e cumpriu a promessa de seu antecessor, Papa Estevão III que havia prometido a Pepino, Rei da França, de transladar o corpo de Aurélia Petronilla que tinha sido canonizada por suas virtudes especiais, daquela Igreja no cemitério, para a Basílica de São Pedro no Vaticano, construindo um altar próximo ao túmulo do Apóstolo Pedro. Na verdade, a monarquia francesa desde a morte de Petronilla, sempre acreditou que a Santa fosse realmente a filha carnal do Apóstolo Pedro. E este foi o motivo porque originou a solicitação do rei da França ao Papa. A devoção do povo a Santa Petronilla cresceu, embora em seu altar fosse colocada a inscrição "Ecclesiae romanae filii" (denominando-a de romana filha da Igreja) e portanto filha adotiva da Igreja e filha espiritual de São Pedro (porque foi convertida por ele). Assim sendo, embora o Vaticano tenha acolhido a solicitação francesa transportando os restos mortais de Petronilla para a Basílica de São Pedro, oficialmente não a considera filha carnal do Apóstolo, mas somente “filha espiritual” por ter sido convertida por Pedro. Entretanto, alguns escritores desde aquela época, insistem e mantém a opinião de que Santa Petronilla é de fato a filha de Pedro e inclusive, querem encontrar parentesco até na semelhança dos nomes: Pedro e Petronilla, a fim de reforçar a idéia do laço da paternidade do Apóstolo. Mas, embora na França também permaneça enraizada a idéia de que Santa Aurélia Petronilla é a filha carnal do Apóstolo São Pedro e por isso, é muito venerada e é patrona de diversas Igrejas e organizações religiosas, na maioria da cristandade existe uma normal aceitação de que Simão Pedro era casado e portanto podia perfeitamente ter uma filha, mas que pela conclusão dos estudiosos a filha de Pedro não é Aurélia Petronilla e sim uma outra santa mulher, que infelizmente a história ocultou o seu nome para sempre.
O CHAMADO DE JESUS
André, irmão de Simão, era Discípulo de João Batista e sempre o ajudava na organização do povo que acorria ao rio Jordão, para ser batizado. Batista realizava um Batismo de Penitência, preparando as pessoas para que se arrependessem de seus pecados e assim, dignamente recebessem o Messias. André ouvia os ensinamentos de Batista e guardava diligentemente as suas palavras, com uma grande esperança na chegada do SENHOR. Naquele dia, ele estava do outro lado do rio Jordão, com João Batista e João Evangelista, filho de Zebedeu, quando JESUS passando por eles, cumprimentou a distância e seguiu o seu caminho.
João Batista falou:
                           “Eis o Cordeiro de DEUS”. (Jo 1,36)
André e João Evangelista ouvindo, ficaram emocionados e ansiosamente se despediram de Batista. Agitados e com o coração pulando de alegria, se aproximaram do SENHOR. JESUS convidou-lhes a segui-LO. Mais tarde, regressando a casa, André falou com Simão que tinha encontrado o Messias e contou-lhe a novidade. Simão acolheu a notícia com imenso prazer e logo se manifestou interessado em conhecer o SENHOR. Juntos no dia seguinte encontraram JESUS, que olhando bem nos olhos dele, falou:
“Tu és Simão, filho de João; chamar-te-ás Cefas” (que traduzindo para o português significa Pedra=Pedro). (Jo 1,42) (Pela riqueza do vocabulário português logo notamos a diferença entre as duas palavras Pedro e Pedra. Por isso mesmo, não temos meios de avaliar a força da palavra no original aramaico, que por ser um idioma pobre, com poucos vocábulos, uma mesma palavra “Cefas” indica o elemento rocha e o nome daquele que foi escolhido para Chefe do Colégio Apostólico). Entretanto, importante é entender o significado e a intenção do SENHOR. ELE quis fundar a sua Igreja edificando-a sobre a Pedra, a Rocha indestrutível, que a torna firme e inabalável e por isso, mudou o nome de Simão para Cefas=Pedra.